Câncer na população idosa

O tempo se registra nos momentos, nas rugas, nos cabelos brancos, nas memórias e fotos, e também no DNA das células. Informe-se sobre riscos, prevenção e cuidados em câncer na população idosa

A idade é um fator de risco para a maioria dos cânceres comuns, como pulmão, mama, próstata, cólon e reto, estômago… Com o aumento da expectativa de vida e também com aumento de possibilidades de tratamentos em doenças crônicas, é provável que grande parte das pessoas que vivem muito necessite algum tipo de cuidado médico nos anos da velhice.

É bem comum no consultório a preocupação dos familiares de um paciente muito idoso: será que ele deve ser tratado? Será que ele sobrevive a uma cirurgia? Será que ele deve saber?

Eu, desde criança uma questionadora, sempre fazendo irritando meus pais com “o porque não”, ao considerar qual conduta tomar diante de um paciente idoso doente, coloco na balança o “porque tratar” e o “porque não tratar”.

Nem sempre é uma decisão fácil, e geralmente a equipe multidisciplinar é envolvida nesse processo.

É preciso levar em conta qual é a doença em questão, os riscos de progressão com sintomas muito prejudiciais à qualidade de vida, a expectativa de cura (e o estágio em que foi descoberto do tumor), e a expectativa normal de vida do paciente (o quanto ele viveria acaso não tivesse sido acometido dessa doença).

Por exemplo: um tumor que cresça lentamente num paciente muito idoso ou com graves outras comorbidades, e lhe cause apenas dores leves, que melhoram com analgésicos comuns, merece a consideração sobre acompanhamento sem nenhuma intervenção.

Já um tumor que já esteja dando sinais de obstrução, poderá acabar evoluindo para uma decisão de cirurgia de urgência num momento mais crítico, e o paciente idoso bem preparado para uma cirurgia eletiva e planejada, com cuidados intensivos, tem mais chance de sofrer menos.

Os médicos devem conhecer sobre as diversas estratégias de tratamento, também com intuito de paliação, pois há pacientes que podem ser beneficiados de tratamentos menos agressivos, que às vezes não curam, mas ajudam a melhorar sintomas em alguma fase da doença.

A necessidade de informar o paciente pode ser discutida com o médico assistente, respeitando ao máximo a autonomia do idoso, principalmente aquele que é independente e lúcido. A maioria dos doentes sentem que algo errado está acontecendo, e a negação pode gerar uma angústia … “ninguém sabe o que eu tenho” ou “sabem o que eu tenho e não querem me contar”.

Além da avaliação do médico especialista em oncologia, conte também com os profissionais da psicologia, da enfermagem e médicos geriatras, paliativistas dentre outros. O importante é o paciente e a família não ficar sem receber cuidado nesse momento tão delicado.

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